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Análise do quotidiano, da nossa vida, dos nossos dias, da actualidade e afins... sem filtros e sem preconceitos. Um destes dias iremos ter receitas também...E frase do dia e essas coisas...
Nos últimos dias vieram a publico algumas iniciativas e reivindicações de alguns organismos e entidades ligadas ao Turismo para atenuar as dificuldades.
Basicamente pretendem colocar pensos rápidos em fracturas expostas...
Infelizmente, quando era imperioso existir uma liderança estratégica firme por parte do Turismo de Portugal e do Governo, para um sector (menosprezado) mas vital para a recuperação económica do país, tivemos apenas o "Clean & Safe" entretanto esquecido, a abertura de linhas de crédito, o vazio e... vácuo por parte da Secretária de Estado...
As regiões de Turismo não deveriam trabalhar em conjunto em vez de competirem? É o que dá os "jobs for the boys"...
Criar sinergias, estratégia integrada de todos os players e evitar a dispersão de meios e canibalismo de mercados e lutas entre regiões de Turismo... nãh, népia, nicles (bola como diria JJ).
A Associação de Hotelaria de Portugal propôs vouchers de 50 euros, transportes públicos gratuitos até Março de 2021 e entradas gratuitas em todos os espaços culturais à... CM Lisboa? E porque não alargar a todo o país? E porque não integrar a TAP na promoção e divulgação deste tipo de acções?
E por falar em TAP, deixo aqui um artigo de opinião sobre a TAP diferente de todos os que ultimamente têm sido divulgados...
O José Mendonça da Cruz aborda todo o processo que envolveu a TAP de uma forma critica salientando a falta de estratégia dos nossos governantes... https://observador.pt/opiniao/como-socialistas-e-patriotas-uteis-destruiram-a-tap/
O título deste post é da autoria de Almada Negreiros, pintor, desenhador, vitralista, poeta, romancista, ensaísta, crítico de arte, conferencista, dramaturgo, que foi desde 1910, uma das mais notáveis figuras da cultura portuguesa até aos nossos dias. A referencia a "1+1=1" vem na sequencia de uma conferencia dada por Almada-Negreiros no Teatro Almeida Garrett (atual D.Maria II) em 1932 onde critica aqueles que diziam que «o individualismo morreu e que o coletivismo ganhou», e onde afirmava que «isolar o que seja do próprio conjunto a que pertence tudo é fazer disso mesmo uma direção proibida.»
(Fica sempre bem um apontamento cultural... e ajuda a manter a fama de intelectualóide...)
Isto vem a propósito da polémica desenvolvida ontem entre a TAP e os municípios das Regiões Norte e Centro de Portugal... Este é um caso típico em que as parcelas desta adição estão certas, isto numa análise despudorada e isenta. Sim, ambas estão certas nas suas posições e reivindicações. Pode parecer contraditório mas não é...
A Comissão Executiva da TAP tem como objetivo a boa gestão da companhia de forma a maximizar os proveitos e minimizar os custos. Assim, se a empresa está a navegar em mares agitadissimos, com quase a totalidade da sua frota no chão e sem receitas a entrar em caixa, faz o que a boa gestão manda que é usar os seus recursos com parcimónia. O dinheiro não abunda e, apesar do pedido de ajuda ao Estado ter sido feito no inicio de Abril, o grupo de estudo para esta ajuda só foi criado no inicio da segunda quinzena de Maio. Assim, o dinheiro não deve chegar para as necessidades mais próximas...
Todas as outras companhias de bandeira estão a centralizar operações (a BA centralizou as operações em LHR, a AF centralizou em CDG etc...) e os custos de operação diferem de companhia para companhia (custos mais baixos nas low-cost) o que interfere na rentabilidade a nível de ocupação média das aeronaves. Daí a racionalidade da entrada em alguns mercados e da ausência de oferta noutros. Não é de hoje que esta tem sido a política desta Comissão Executiva onde quando não existe procura os voos são suprimidos (utilizando linguagem ferroviária). A celebre rota Porto-Lyon é disso um exemplo: foi cancelada antes de existir sequer. Motivo: fraca procura.
Por outro lado, as reivindicações do grupo de municípios do Norte e Centro são mais do que racionais e justas. Se no passado a TAP desinvestiu no Porto, a região tratou de assegurar outras opções para os seus projetos com subsidios para a captação de outras companhias. A TAP recuou e voltou a investir. A região Norte perdoou mas não esqueceu. Agora todos os municipios estão com graves situações economico-sociais nas mãos. As empresas dos seus concelhos estão a asfixiar com esta pandemia e todos querem fazer a retoma da economia o mais rapidamente possível. Precisam de poder escoar os seus produtos, poder vender as suas marcas no estrangeiro e receber turistas para alavancar toda uma economia. Para isso, nada melhor que usar um ponta-de-lança de peso, com estatuto e prestigio: a TAP. Alem do mais, trata-se de uma empresa onde 50% do capital é do Estado e, apesar de existir um contrato onde os atos de gestão são privados, estes são tempos de exceção. Acrescente-se ainda o facto da TAP precisar de uma injeção de apoios do Estado na ordem dos 1000 milhões de euros. Assim, e se a TAP vai ser ajudada pelo Estado (todos nós) faz todo o sentido usar a TAP para desenvolver a retoma harmoniosa de todo o território nacional.
Então o que está a falhar nesta simples soma? A resposta é o Governo. Além de estarem assustadíssimos com o que está a acontecer e completamente desnorteados, não têm dinheiro e não têm qualquer tipo de estratégia. Só assim se explica que o Turismo do Porto e Norte se tenha juntado ao protesto dos municípios e o Turismo de Portugal se tenha remetido ao completo silêncio. Sabe-se que a TAP colocou todos os seus recursos à disposição deste organismo e os resultados são os que se sabem...
O Governo através da Secretaria de Estado do Turismo e do Turismo de Portugal deveriam ter um plano estratégico integrado envolvendo todas as regiões de Turismo, todos os players deste negócio e a TAP de forma a que todos remassem para o mesmo lado e usassem todas as sinergias. Iria ter custos? Claro que sim mas sob a forma de investimento e se calhar o "comprar o que é português" iria ter mais sentido... A estratégia do Algarve é similar à do Norte? E Lisboa? E a Madeira? Vão todos fazer concorrência uns aos outros?E porque é que o Governo Regional do Açores adjudicou à Ryanair a promoção do arquipélago no Reino Unido?
Agora que o caldo está entornado, vamos assistir a jogos de poder e exercícios de demagogia e hipocrisia... Mais uma vez à boa maneira portuguesa...
Tinha planeado hoje escrever-vos algumas considerações sobre a TAP e a situação em que se encontra, umas linhas sobre o que vai ser do Turismo em Portugal no pós-Covid e a refletir sobre qual deveria ser a ação do Estado sobre isto tudo.
Contudo, e após já ter alinhavado uns tópicos e uma ideias, li (na minha dose diária de imprensa) um artigo de opinião do Miguel Júdice que sintetisa tudo aquilo que penso... Parece transmissão de pensamento...
O Miguel é um empresário ligado ao Turismo e, por isso, tem uma visão mais "clara" e não tão de "treinador de bancada" dos nossos concidadãos.
Fica o link: https://observador.pt/opiniao/tap-nossa-que-estais-no-ceu/
Tenho, desde há uns dias, andado aqui a pensar que todos nós deveríamos contribuir com alguma coisa (para além dos impostos) para aliviar o fardo da DGS e do nosso Governo.
Assim, e como a DGS anda entretida com as coisas da bola, dos restaurantes e das máscaras, lembrei-me de tentar ajudar o Xôr Costa e respetivo ministro da tutela com a questão que está a inquietar 96,96% dos portugueses: o acesso ás praias. Afligiu-me o atrito que se começa a criar entre surfistas e pessoas que querem tratar do bronzeado...
Então proponho que se use o melhor do IMTT, dos Municípios, do Eurocontrol, dos Operadores Turísticos e Companhias Aéreas para se controlar o acesso às praias no Verão com total segurança e com a aprovação da DGS e do Turismo de Portugal.
Confusos? Então vamos lá...
Como nas Cartas de Condução, seriam atribuídos a cada cidadão (nos CC) um total de n pontos que serviam de acesso às praias que estariam loteadas pelas autarquias em espaços definidos pela DGS (ex: Praia da Luz, sector KTV, fila 1, coluna 4). Os pontos poderiam ser recarregados (para os que têm mais necessidade de salitre) nas LIPOR's e centrais de biomassa deste país mediante a entrega de x quilos de detritos recolhidos nas florestas ou bouças (como se diz no Norte)...
Voltando às praias, a reserva dos lotes de cada praia era feita por uma espécie de Operadores Balneares que até poderiam oferecer "pacotes" de Tudo Incluído (estacionamento+lote de areia+refeição). As confirmações, após boa cobrança, seriam feitas por email com códigos de reserva...
Claro que estes lotes iriam estar divididos em classes (como nos aviões): Executive (na primeira linha de água), Economy Extra (em lotes mais abrigados da nortada ou na segunda linha de água) e Economy (normal e com areia e pulgas do mar incluídas...). Upgrades só feitos à ultima da hora e sempre sujeitos a disponibilidade...
A gestão desta sardinhada toda era feita por BTC's (Beach Traffic Controler's em vez dos ATC's da aviação) que tratavam das aproximações dos veículos à praia e a gestão dos slot's de cada lote (sim porque a afluência vai ser brutal e os lotes teriam horários para usufruto...). Caso alguém com slot para as 11:30 não esteja presente, "entram" outros para o areal e os atrasadinhos ficariam em hold dentro dos carros à espera de vaga...
Com isto tirava-se uma data de gente do Turismo dos layoff's, o problema do acesso às praias ficava resolvido, a Policia Marítima podia continuar a fazer o que faz, os mirones das praias tratavam de limpar as matas deste país só para conseguirem melhores lotes e a restante malta poderia ir na mesma para a praia, estender a toalha na areia, lambuzar-se com as bolas de Berlim e passar as tradicionais horas nas filas de transito.
Só vantagens como se pode mesmo a ver... Que acham? Era "fazível"?
Só o titulo mete respeito!!!
Desculpem o desabafo mas parte da sociedade portuguesa parece que vive no Canal Panda.
Desde que o Marco do BigBrother deu um pontapé em direto numa das suas compinchas em 2000 parte da nossa população passou a comer fastfood televisivo... O importante é aparecer... nem que seja a fazer figura de urso em prime-time... Selfies e gins nos sunsets, joggings e dinnings e agora Tik-Toks...
Temos que ser otimistas, ser resilientes (como é moda dizer) mas ter os pés bem assentes no chão e ter uma boa dose de realismo.
Se numa primeira fase desta pandemia era importante passar uma mensagem de otimismo com o "Vai ficar tudo bem" agora já chega malta. A vida de todos está a ser (ou vai ser) tremendamente afetada e a ideia que fico é que metade do país está a gozar umas semanas de férias... "É bom para refletir, ler livros e ver séries..." dizem nas redes sociais... E que tal começar a pensar e, como se diz no Norte, despertar para a vida??
Porque é que grande parte da população "come" tudo o que os políticos servem só porque parte da comunicação social faz os fretes aos dos costume?
Os miúdos em idade escolar vão perder três meses de aprendizagem e as assimetrias e desigualdades vão aumentar... Só alguns terão a sorte de ter professores e pais disponíveis (€) e que se interessam, para os ajudar a trabalhar com sucesso... Apenas alguns cronistas começam a refletir sobre isto. https://expresso.pt/opiniao/2020-04-18-Uma-decisao-medrosa-e-indesculpavel
A quantidade de contradições que se sucedem neste país irão dar alguns posts... O Dafrog já tocou numa delas... O sr Costa, inicialmente, dizia que austeridade estava fora de questão mas hoje já admite essa austeridade... A sério?? Um milhão de pessoas em layoff, empresas a fechar, o turismo a colapsar e não iriam existir custos??
Ainda bem que o governo é de esquerda...
Quando chegar o final do mês e a malta vir a nota de vencimento e, infelizmente, noutros casos o despedimento... vai ser bonito...
A CMTV/TVI vai ter muito trabalhinho...
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