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Análise do quotidiano, da nossa vida, dos nossos dias, da actualidade e afins... sem filtros e sem preconceitos. Um destes dias iremos ter receitas também...E frase do dia e essas coisas...
Pela primeira vez deste que há registos não houve festas de São João no Porto ou em parte alguma e os primeiros relatos vêm de Fernão Lopes no séc. XIV. Este estava na cidade portuense com intenção de preparar uma visita do Rei, coincidindo com a véspera de São João e, por isso, referiu que na cidade as gentes do Porto faziam uma grande festa. Existe também uma cantiga da época que fazia alusão a que até os moiros da moirama celebravam o São João, o que nos permite concluir que a festa é ainda mais antiga, mesmo anterior ao século XIV.
Esta festa é celebrada em diversas localidades portuguesas nomeadamente em Alcácer do Sal, Angra do Heroísmo, em Braga, em Tavira, etc mas é na Mui Nobre, Leal cidade Invicta que os festejos têm mais impacto nacional. Chegada a noite de São João, vemos fogareiros a assar sardinhas, mesas compridas instaladas nas ruas , os primeiros martelinhos chiam ao longe, começamos a ver os primeiros os balões nos céus e a excitação contida da folia que se aproxima. Mas este ano...
Logo este ano, depois de tudo o que estamos a passar, merecíamos uma festa como o São João. Precisávamos dos sorrisos espontâneos de novos e velhos, dos abraços e contactos genuínos, das "marteladas" indigentes, do sentimento de pertença a algo que nos transcende e, sobretudo, precisávamos da magia e do céu iluminado pelos balões e pelo fogo de artificio. Como precisamos...
Mas este ano, o festejo do São João foi especial e mais carregado de sentimento... Sentimento de dever de responsabilidade à semelhança de outras ocasiões da pandemia. E foi festejado com a família de sangue e coração como se tratasse da Páscoa ou o Natal.
Certa imprensa de Lesboa apelidou-a de "noite de enterro"... Não conseguem entender a importância que para as populações da "província" têm festas e romarias como a Páscoa em Braga, o Sr. de Matosinhos, as Festas da Sra da Agonia ou a feira de São Mateus...
Cá nos mantemos e cá nos aguentamos... Para o ano vai ser a dobrar...
P.S. Acho incrível como os autarcas das cidades do Porto e Gaia (Portus+Cale) se põem a jeito de serem apelidados de bairristas, parolos e provincianos... Já não bastavam terem a lata de agir em prol dos respectivos munícipes em vez de esperarem pelo poder central, perceberam erradamente que a DGS tinha emanado as recomendações para o S. João tardiamente...
Ó senhores, a DGS deu as recomendações com 364 dias de antecedência... Santa incompetência...
As desigualdades entre crianças com e sem acesso a meios informáticos é “inaceitável” e, em tempos de pandemia, agravam ainda mais o “risco de reproduzir fenómenos de desigualdade, de pobreza e de exclusão para o futuro”. Quem o diz é o PS/Porto, que propõe a criação de um fundo com um valor mínimo de 1,5 milhões de euros para adquirir equipamentos informáticos e oferecer acesso à internet aos alunos mais carenciados da cidade.
Será que ainda vão a tempo?
Será que avisaram o Ministério da Educação ou o Governo desta preocupação?
Terá sido por causa da TVI?
Ainda vamos ter um Magalhães 2.0 !!
N105
Estrada que liga Guimarães ao Porto e vv.
Duas cidades orgulhosas das suas origens, do seu passado, do seu peso e da sua cultura. E devem tambem olhar para o seu futuro de uma forma agregada e complementar.
Os "estarolismos" e "provincianismos" não podem ser a regra que serve de âncora ao desenvolvimento da região e ao desenvolvimento da população.
Se não formos nós a olhar pelos nossos...
Se o Porto deu o nome, Guimarães foi o berço.
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