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Análise do quotidiano, da nossa vida, dos nossos dias, da actualidade e afins... sem filtros e sem preconceitos. Um destes dias iremos ter receitas também...E frase do dia e essas coisas...
No dia 13, em prime time, tivemos o confronto final, o derradeiro tira-teimas, o mano-a-mano, o debate final...
No fundo tivemos o debate da praxe entre o candidato do PS e o outro candidato do PS mas intitulado com aqueles clichés que a comunicação social caseira tanto gosta...Um conjunto de banalidades e boutades ditas em função da eleição que se avizinha...
Eu sei que muitos dirão que se trata do futuro do país e que deveria prestar atenção ao debate mas infelizmente, para mim, trata-se apenas de um conjunto de lugares comuns e argumentos demagógicos para alimentar a imagem de que o futuro da nação se discute... Erro pois a verdadeira negociação é feita nas sedes partidárias e nos escritórios de certos advogados...
Será que têm uma estratégia para o país que não seja em beneficio próprio ou dos seus correligionários em vez do beneficio comum? Será que têm uma visão global sobre todo o território e não apenas pelas "bolhas" urbanas de Lisboa e Porto? Será que conhecem as dificuldades do cidadão comum? Disseram alguma coisa decente e construtiva no debate? Não sei por que não vi, não vi as repetições nem os comentários ao jogo.
Decidi ver uma reportagem televisiva, à hora da contenda política, sobre um senhor que vive sozinho numa aldeia de Boticas desde 2007. Sim 2007, há cerca de 15 anos.
© Leonel de Castro/Global Imagens
O caso pessoal do Sr José tornou-se publico graças a uma reportagem do DN "A aldeia de um homem só".
Depois as redes sociais fizeram chegar a informação ao clube do coração do sr José e a partir daí tudo se desenrolou para que este fosse ver um jogo ao Dragão... (curiosamente a onda das redes sociais começou com um adepto de um clube rival...).
Na reportagem assinada pelo (grande) Ricardo Amorim são despejados nos nossos olhos uma catadupa de problemas sociais que deveriam ser prioridades políticas: a desertificação do interior, o envelhecimento demográfico, os serviços sociais de proximidade, os serviços de utilidade publica etc. Que banho de realidade... E o poder local a fazer das tripas coração para acudir os seus concidadãos... E a comunicação social local que deve ser apoiada...
Depois da reportagem pensei: "os meus impostos devem ser aplicados nestes casos..." Demagogia? Eu sei que sim, mas se os outros podem eu também posso...
O link da reportagem (sem clubites apenas serviço público...): https://portocanal.sapo.pt/um_video/lwgSSr46IQ58cYWOAh8f
Um dos meus desportos preferidos, desde sempre, é a observação d comportamentos.
Sempre que estou num café, restaurante, numa sala de espera ou quando ando de metro gosto muito de observar a fauna e flora dos locais (será uma tara voyeurista?) em vez de afundar no ecran do telemóvel...
Um destes dias fui à baixa de metro. Já não andava desde que a pandemia iniciou... e que regalo foi.
Numa das estações depois de Rio Tinto (aquelas que servem aqueles campos de cultivo) entraram dois comparsas que tiveram este diálogo:
"- Esta gera que está toda indiguenada com aquela merda que fizeram ao Ferro Rodrigues, (e benhe, que o home tambenhe tem direito), também se indiguenou quando fizeram o mesmo ao Passus Cuelho quando a mulher estaba cum cancro?" (mais uns palavrões a fazer de virgula...)
"-Era o que faltaba, caral#%... Quéque u cu tem a ber com as calças? A mulher du Passus nunca tebe uma boa cor e o gaijo foi o culpado de quase tudo que se passou nos últimos 50 anos ou mais... Tem as costas largas... Ainda o boum buscar outra bez..."
Priceless...
O país real ao vivo e a cores...
Indignado.
É assim que me sinto.
Num país onde a capital vive em pequenas bolhas e onde nas principais metrópoles é norma a indignação, resolvi aderir a esta nova moda e indignar-me.
Desconheço se temos de ir a algum guichet fazer a inscrição ou então ir a alguma rede social para poder intitular-me um "indignado" encartado...
E porque é que me indignei, deverão estar a perguntar (isto se ainda estiverem a flagelar os olhos a ler isto...)?
Indignei-me porque no espaço de uma semana a televisão e o governo mataram a minha ilusão de pertencer à classe média.
Senão vejamos: no inicio da semana o Miguel Sousa Tavares declarou que qualquer recém-licenciado começa a sua vida laboral a ganhar 2700€... 2700€!! Eu que já ando nestas lides há já algumas primaveras, que supostamente ganhava bem por pertencer a uma empresa grande e que tenho formação superior, nem de perto (quanto mais de longe) chega à conta no final do mês 2700€...2700€.
Eu sei que em certas elites e substratos da capital é usual começaram por baixo... por 2700€...2700€... mas no país real não...
Por norma sou um tipo optimista e tento ver que qualquer adversidade poderia ser pior... Posso não ter como salário base 2700€ mas o puto anda num colégio privado... "Devo ser da classe média ainda", pensei eu, e fiquei aliviado... Todos os anos são 4400€ de propina a que se junta o preço dos livros que não são de borla... Lá se vão €4700... Podia ser pior...
Ainda me estava a refazer deste estilhaço na minha auto-estima quando vi a entrevista que o Ministro da Educação deu à Lusa... Então não é que o xôr ministro disse (sem se rir) que cada aluno representa um custo anual de 6200€ ????... Os alunos das escolas publicas ficam mais caros que os do privado...
Foi a machadada final na minha ténue esperança de ser da classe média pois mesmo que, com os meus impostos dê 500€ para o Ministério da Educação, mesmo assim fico com uma diferença de 1000€ (4700+500=5200-6200=1000).
Definitiva e oficialmente faço parte dos remediados deste país... E por isso indignei-me. Pode ser que ganhe alguma coisa com isso...
Mas podia ser pior...
Os tipos que têm os miúdos no Rosário ou no Efanor da Sonae pagam €5200 de propina anual e pensam que lá é que é bom... Não é... Todos gostamos do mais caro...
Amigos, os putos da C+S de Alguidar de Baixo custam 6200€...
Pumbas choninhas...
Lucília Monteiro
Ele há coisas que me conseguem tirar do sério.
(Sempre quis começar um texto com a expressão "ele há coisas...")
A injustiça é daquelas coisas que me faz mal ao estômago. Defeitos...
Hoje estava a passar os olhos pela imprensa digital e dei por mim inquieto...
Então não é que duas pessoas alegam não estarem bem a nível emocional e psicológico
e, como é óbvio, dizem que não querem participar no evento mais importante das suas
carreiras e, consequentemente, das suas vidas.
E aqui vai a injustiça: a primeira, por ser ginasta, recebe apoio e empatia; a segunda, um ex-banqueiro, é olhada de lado e com desconfiança...
Critérios...
Que rica (in)justiça...
Ah... Já cheira a férias!!!
Pelo menos a bola vai começar, o país já começou a ir a banhos, a diáspora vem cá ao burgo, o Tony Carreira já começou os concertos e a oposição fechou para balanço...
No debate do Estado da Nação entre o Governo e a bancada do PS vimos que a malta da oposição tem mais que fazer que pensar nisto que se diz país e está mais preocupada com as autárticas (com a excepção da Cecília Meireles...)
E pelos vistos o país está espectacular... E recomenda-se... O que de mal existe, já se sabe, é culpa do Passos que deve ser, para aí, o segundo governante da história de Portugal (antes dele foi o Afonso Henriques...).
Os "novos" DDT's (os socialistas) vieram trazer a luz ao obscurantismo que tolheu este jardim à beira mar encalhado...
Mas podíamos jogar ao "suponhamos"... E começa assim:
E agora deixemos-nos de imaginar... Isto aconteceu com um Governo de esquerda com o apoio das esquerdas...
Mas o importante são as coisinhas e a espuma dos dias... E a bola...
Será que a Ângela Merkel não quer vir para cá na reforma?
Ontem tivemos um breve vislumbre do país que somos e que teimamos em manter...
Ao serão, todos (ou quase todos) vimos e rimos com a sátira que Ricardo Araújo Pereira fez com o senhor que é administrador de umas quantas empresas, que pelos vistos não tem bem a certeza que é (administrador) e que, alegadamente, deu um pequeno calote ao Novo Banco (foram só 560 milhões) apesar de, pelos vistos, não ter nada em seu nome e não ter grandes posses mas isso ele também não tem grandes certezas disso...
O senhor, de seu nome Bernardo Moniz da Maia, teve a maçada de ir uma tarde à A.R. responder a umas coisas aos deputados, foi enxovalhado por uns quantos, incluindo a Dra Mariana Mortágua, e o país riu-se, merecidamente diga-se...
Nós portugueses passamos um bom bocado a escarniar sobre estes personagens, generalizamos sobre "a gatunagem destes magnatas", os populistas de serviço manifestam-se contra a podridão do sistema e a nossa esquerda enche o peito triunfante (com a sua habitual superioridade moral) contra o "grande capital"...
Em contrapartida, a divida vai ser perdoada, o senhor vai manter o iate, as casas, os carros, as viagens, o estilo de vida e demais mordomias...
No fundo o país ri-se do senhor durante uns dias e o senhor ri-se do país para o resto da vida...
Há coisas piores... só é pena eu viver aqui...
Pá, e não é que os Gato Fedorento tinham razão... Autênticos oráculos dos nossos dias...
Ai se a malta da Dgs e do Governo assinam a Netflix.... Vai ser bonito...
Estava eu a vaguear aqui pelo blog (a limpar o pó à mobília) e dei por mim a reler alguns dos "episódios" passados das perguntas incontinentes (1, 2, 3) e reparei que algumas das questões ainda mantêm uma actualidade quase que arrepiante, o que só demonstra o estado das coisas cá no burgo.
Resolvi, então, tentar fazer um Best Of daquelas perguntas que ainda estão incontinentes... Porque as questões que desafiam a destreza das dúvidas e a origem das espécies continuam...E não nos dão descanso...
O pagamento das respostas a estas e outras questões será sob forma de rolos de papel higiénico e latas de atum que foram armazenados desde Abril...
Há uns dias atrás, neste mesmo espaço, fiz uma reflexão sobre tudo aquilo que esta pandemia nos trouxe, a faculdade que podermos olhar e de podermos observar cuidadosamente tudo aquilo que nos rodeia fazendo uma análise critica, mas sempre subjectiva, dos mesmos.
Os últimos dias trouxeram-nos algumas histórias (e estórias) que me levaram a querer escrever alguns lamentos quase inquisitórios ao vírus (se ele me estiver a ler que se digne a refutar...).
Sim, foram feitas promessas pelo Sr. Covid-19 que não estão a ser cumpridas e, como tal, as expectativas estão a sair defraudadas...
Foi-nos prometido que com a presença do Sr. tudo ia mudar, as pessoas iam mudar, Portugal ia mudar, o mundo ia mudar. E paro por aqui, no mundo, porque no espaço as coisas mudaram. A PPP que levou mais uns astronautas para o espaço resultou e as coisas fora da Terra vão ser diferentes.
Mas o espaço é longe e caro e por isso estávamos todos a contar que o Sr. Covid-19 cumprisse aquilo que prometeu.
Disseram-nos que as pessoas iam dar mais valor ao essencial, ao humanismo, aos afectos, às relações sociais e ao património... E o que verificamos é que continua a ser mais importante a #hashtag, o "estar" e ser visto, o eu e não o nós, as indignações momentâneas e de circunstancia...
Disseram-nos que Portugal ia mudar e, assim, teríamos um jornalismo independente, imparcial e escrutinador e não uns meros papagaios e caixas de ressonâncias das redes sociais ; teríamos Estadistas que pensariam o país de forma integrada, com estratégias consensuais para uma década independentes de ideologias e não políticos que pensam nas próximas eleições e nos tachos para os boys e na polarização da extrema esquerda e da extrema direita (uma alimenta a outra...).
O Sr. Covid-19 prometeu que teríamos respeito pelas profissões que o senhor trouxe para a ribalta como os profissionais da saúde, do ensino, das forças de segurança, da logística, etc. com sessões de palminhas às 22:00 e o que verificamos são insultos, agressões físicas e desconsiderações e o frio esquecimento ingrato.
Por algum tempo o Sr. iludiu-nos com a quimera de que estávamos todos no mesmo barco, na onda democrática da pandemia mas o que temos é um aumento das desigualdades, o aumento da mortalidade não-Covid e o aumento da intolerância.
Até no futebol o Sr. deu-nos a ilusão de uma união e reflexão sincera e o que temos é um "mais do mesmo", de grunhisse, de violência e de afastamento gradual dos mais sensatos.
No mundo, o Sr. Covid-19 teve a oportunidade de arrumar uns Bolsonaros, Trumps, Putins e Jong-uns da face da Terra e a única coisa que fez foi pôr em sentido o Boris. Teve também a oportunidade de fazer com que a morte de uma pessoa (seja em que circunstancia) fosse encarada sempre como uma tragédia independentemente da sua cor ou género...
Mas o que mais me chateia é que o Sr. não conseguiu fazer ver ao mundo é que só através da educação se pode ser melhor, ter espírito critico, votar, ser mais tolerante e ter melhores condições de vida.
No fundo, e em jeito de conclusão, o Sr. Covid-19 prometeu muito e não cumpriu. É apenas mais um político da nossa praça...
Porque as questões que desafiam a destreza das dúvidas e a origem das espécies continuam... E urge algumas perguntas com objetividade.
O pagamento das respostas poderá ser feito em barris de petróleo ou em sacos de tremoços.
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