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Análise do quotidiano, da nossa vida, dos nossos dias, da actualidade e afins... sem filtros e sem preconceitos. Um destes dias iremos ter receitas também...E frase do dia e essas coisas...
(Não, o tema deste post não é a vizinha do rés-do-chão que tem o hábito de passear o seu lulu e seus presentes fumegantes no passeio lá da rua enquanto late esganiçadamente...)
O Santo Graal é uma das lendas de maior relevância e intemporalidade da nossa história.
Provem da mitologia tradicional celta, pré-cristã, onde a lenda rezava que o caldeiro sagrado de Dagda transformava qualquer alimento naquilo que o seu detentor preferisse ou desejasse. Simbolizava, no fundo, a abundância física e espiritual.
Esta terá sido a lenda pagã que esteve na origem da lenda Cristã do Santo Graal, o cálice pelo qual Jesus Cristo bebeu vinho na Última Ceia, e que prometia a vida eterna àquele que o usasse, sendo o seu coração puro e isento de pecados. Todos nós vimos o Indiana Jones a fazer aquelas peripécias todas e conhecemos um bocadinho a lenda... (para os mais nerds há também aquele livro mainstreem sobre o Santo Graal= Sangue Real...)
Estava a pensar (num sitio que não posso dizer) sobre esta lenda e, qual terceiro segredo de Fátima, fez-se-me luz acerca deste tema do post: esta lenda ainda perdura nos nossos dias, num contexto sociológico que se começa a tornar um padrão comportamental tão inequívoco e incontornável: A Busca pela Suposta Felicidade!
Hoje não basta ser feliz... Há que ser totalmente feliz e a qualquer custo!
Hoje não se tem como objetivo ter coisas boas… Temos que nos rodear de muitas coisas mesmo que desnecessárias! O importante é ter muito...
Hoje não basta sermos nós próprios… Há que mostrar ao mundo que somos, seja lá o que quer que seja, mas que Somos carago! Temos que ser vistos...
Ontem, qual antropólogo encartado, fui fazer trabalho de campo junto à praia (o fato de estar bom tempo, temperatura agradável e sol foi mera coincidência...).
Pude, então, constatar uma multidão de "bolhas" isoladas umas das outras a pulular, que se tocam e amontoam sem nunca rebentar, sem nunca se imiscuírem no conteúdo da "bolha" do outro, sem nunca se replicarem em uníssono…
No fundo, todos a gritar “EU ESTOU AQUI!” e nem conseguem ouvir o grito da "bolha" do lado… E, à medida que o tempo passa, acontece um vazio que se instala na "bolha" de cada um… um zumbido insistente que escutamos no nosso subconsciente que não sabemos explicar, mas sabemos sentir… Esse zumbido é apenas a alma de cada um a gritar para se parar com a Busca da Suposta Felicidade… (foi profundo, não foi??)
A Busca pela Suposta Felicidade cega de tal forma que, só depois de se sentir esse vazio, esse zunido, se entende que a felicidade estava em tudo o que deixamos para trás, para nos lançarmos na busca da mesma. A felicidade está ao alcance de todos e manifesta-se em coisas simples como a partilha de um dia, uma cerveja com os amigos, uma bola de Berlim, uma conversa louca e livre, um concerto ou uma musica, as gargalhadas dos filhos, desejar um feliz aniversário às Conchitas desta vida ou simplesmente uma surpresa surpreendente do gang amizade nos momentos mais confinados da nossa vida.
É assim...
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