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Análise do quotidiano, da nossa vida, dos nossos dias, da actualidade e afins... sem filtros e sem preconceitos. Um destes dias iremos ter receitas também...E frase do dia e essas coisas...
Para lá do Marão, mandam os que lá estão. E se os que lá estão decidiram que hoje é dia de dar o pito. Que assim seja pois, cá estamos para o receber com todo o gosto.
É oficial! Hoje é o dia de dar o pito....em Vila Real.
Quem não gosta de um saboroso pito? O Sr. Manuel Alves, um local escolhido ao acaso, após comprar pito para oferecer à família afirma: "São eles que vão avaliar a qualidade do pito porque já conhecem melhor a tradição do que eu". Já a D. Susana, produtora de pito, relata: "Gostava de pitos e gostava muito de uns pitos que comia quando era criança...".
E tudo isto às claras de Santa Luzia, no dia que celebra a mesma 13 de Dezembro.
Pela minha terra, o festejo é idêntico. Na freguesia de Santa Luzia, na capela de Santa Luzia, trocam-se sardões e passarinhas. Os jovens rapazes oferecem à rapariga de quem gostam o seu sardão e esperam receber de volta a passarinha da moça, num sinal de amor retribuído e comprometimento futuro.
É caso para dizer, botai os olhinhos nestas belas tradições...
Isto de um gajo ter por hábito ler as notícias logo pela manhã, é algo que me apraz e muito. Quer dizer, há dias que nem tanto mas, hoje, devo informar, foi deveras humorístico.
Passemos ao que interessa que eu gosto de partilhar convosco as coisas boas da vida.
O assunto de momento é o já famoso “bailinho da Madeira anual”, ou seja o debate do Orçamento de Estado (OE). O PS desde cedo iniciou diálogo com os mais diversos partidos de forma a aprovar ou fazer passar o OE de fininho, sem levantar grandes ondas não vá alguém topar os impostos a subir como o balão da Manuela Bravo… O PSD, como seria de supor vai votar contra e o Rui Rio esfrega as mãozinhas (literalmente) à espera de eleições antecipadas. Os amigos da Geringonça, quais esposas traídas, já afirmaram que íam votar contra, o que levou Carlos César (PS) a acusar (imaginem só vindo de quem) o PCP e o Bloco de “jogos de poder”. Vale a pena uma analogia? A Joacine por ser adepta das minorias e, visto o PS estar sozinho “nesta luta” vai abster-se. Quem também se vai abster é o PAN despois de ouvir o Governo a ganir….
E agora para algo completamente diferente temos o Novo Banco ou novobanco depois do rebranding. E se muitas piadas pudessem ser feitas quando a este assunto, nada melhor que ler o original:
“O Novo Banco é a partir desta segunda-feira novobanco. A instituição apresentou a sua nova identidade que “responde ao novo ciclo de crescimento”, destacou António Ramalho no lançamento da nova imagem, em Lisboa. A renovação da marca vai representar um investimento de 80 milhões de euros, revelou o CEO do Novo Banco aos jornalistas. Dos quais 1,5 milhões correspondem à parte criativa (de elaboração da nova imagem) e à campanha de meios que arrancará agora nos jornais, televisões e rádios. “É metade do que nos custa uma auditoria especial regular”, notou Ramalho, referindo-se aos custos de três milhões de euros que tem para a realização de auditorias por causa das ajudas pedidas ao Fundo de Resolução.”
Ora então 1,5 milhões de Euros (só para a nova imagem) para mudar a cor de verde para azul vómito e juntar o nome poupando nas letras, pois agora são todas em minúsculas. Eu fazia melhor numa noite de copos, ou a comer gelados com a nuca, que com a testa é fácil demais….
A mais recente entrevista do Presidente Marcelo, feita pelo futuro ex-jornalista Miguel Sousa Tavares, serviu de aviso a António Costa. No entanto, o senhor da bazuca, prontificou-se a empurrar com a barriga qualquer mal-entendido que houvesse em relação a quem, como, quando e porquê irá gastar tantos milhões: o Governo.
Nada mais correcto diria a maior parte das pessoas. Nada mais errado dirão uns poucos que, como eu, estiveram atentos à recente campanha para as eleições autárquicas. Há uns anos, Costa terá dito que quando “andava sem gravata era o Secretário Geral do PS, mas quando tinha gravata era o Primeiro-Ministro que estava a falar”. É certo que sempre que Costa andou em campanha raramente ou mesmo nunca apareceu de gravata, o que me leva a supor que era o primeiro da já referida dicotomia Dr. Jekyll e Mr.Hyde. E é mesmo aí que nos leva a palavra dicotomia. Uma dicotomia é uma divisão de um todo em duas partes, ou seja, esse par de partes deve ser conjunto exaustivo: tudo deve pertencer a uma parte ou a outra, e mutuamente exclusivo: nada pode pertencer simultaneamente a ambas as partes.
Chegamos porém à conclusão que, sem gravata, Costa diga que vai fazer tudo e mais alguma coisa com os “milhões da bazuca”, desde hospitais a creches, estradas, estradinhas, comboios, aviões, apoios sociais, desde que votem no PS. Com gravata, já afirma que o o dinheiro que chegou (ou chegará) da Europa, é do país e “todos temos de estar preocupados em assegurar que cada cêntimo é gasto com a maior eficiência, com a maior transparência e sem qualquer suspeita de corrupção".
Este Primeiro-Ministro da moda saiu-me cá um galhofeiro…
Os chalupas
Neste ultimo ano e meio, sofremos na pele a existência de uma doença que veio para ficar. Queiramos ou não ela existe e mata. O que também mata são os chalupas, de ambos os lados.
Não sou médico, mas de louco tenho um pouco. É certo que não chega para andar por aí a dizer baboseiras e a manifestar-me contra uma evidência que é uma doença contagiosa. Nem tão pouco para fazer dessa doença a pior coisa do mundo.
Fernando Nobre decidiu, por estes dias, ser tão chalupa quanto parecia, quando concorreu a umas eleições presidenciais. O médico cirurgião, fundador da AMI (Assistência Médica Internacional) organização não-governamental, discursou durante quase meia hora, em frente à Assembleia da República, num evento organizado por chalupas. Além de ali estarem a contestar as medidas do governo de Mao Tse Costa, a maior parte contesta mesmo a existência de tal doença. Assoberbado por tanta inteligência o caro Nobre decidiu embarcar numa viagem sem regresso. Desde a cura à doença que teve (estranhamente foi Covid), ao tratamento com aquele remédio que o brasileiro chalupão usou, tudo valeu para o Dr. Nobre fazer valer as suas…ide…opin…baboseiras.
Mas por estes dias (ou largos meses), muitos são aqueles que de uma forma mais ou menos pitoresca, têm alimentado esta organização de chalupas unidos. Um dos mais famosos é o célebre Rui Fonseca Castro, AKA, o juíz negacionista. Ele leva tudo à frente, incluindo uma pequena réstia de inteligência que podia aproveitar. Desde chamar pedófilo ao amigo do Paulo Pedroso, ameaçar polícias com ar de quem é o rufia lá da rua dele, combinar “faites” pelo Facebook com gajos “licenciados” em Krav Maga, tudo vale para este valentão.
Claro que tudo isto é cíclico. Há 100 anos, durante a Pandemia da Gripe Espanhola, também já havia chalupas. É verdade! Eram os chamados Liga Anti-Máscara. E muitos deles, atente-se, usavam a máscara no…queixo! Claro que tudo isto passava-se em São Francisco (dos Estados Unidos da América Chalupa). Nem nisso somos bons, temos sempre de copiar os outros
Um dos meus desportos preferidos, desde sempre, é a observação d comportamentos.
Sempre que estou num café, restaurante, numa sala de espera ou quando ando de metro gosto muito de observar a fauna e flora dos locais (será uma tara voyeurista?) em vez de afundar no ecran do telemóvel...
Um destes dias fui à baixa de metro. Já não andava desde que a pandemia iniciou... e que regalo foi.
Numa das estações depois de Rio Tinto (aquelas que servem aqueles campos de cultivo) entraram dois comparsas que tiveram este diálogo:
"- Esta gera que está toda indiguenada com aquela merda que fizeram ao Ferro Rodrigues, (e benhe, que o home tambenhe tem direito), também se indiguenou quando fizeram o mesmo ao Passus Cuelho quando a mulher estaba cum cancro?" (mais uns palavrões a fazer de virgula...)
"-Era o que faltaba, caral#%... Quéque u cu tem a ber com as calças? A mulher du Passus nunca tebe uma boa cor e o gaijo foi o culpado de quase tudo que se passou nos últimos 50 anos ou mais... Tem as costas largas... Ainda o boum buscar outra bez..."
Priceless...
O país real ao vivo e a cores...
Indignado.
É assim que me sinto.
Num país onde a capital vive em pequenas bolhas e onde nas principais metrópoles é norma a indignação, resolvi aderir a esta nova moda e indignar-me.
Desconheço se temos de ir a algum guichet fazer a inscrição ou então ir a alguma rede social para poder intitular-me um "indignado" encartado...
E porque é que me indignei, deverão estar a perguntar (isto se ainda estiverem a flagelar os olhos a ler isto...)?
Indignei-me porque no espaço de uma semana a televisão e o governo mataram a minha ilusão de pertencer à classe média.
Senão vejamos: no inicio da semana o Miguel Sousa Tavares declarou que qualquer recém-licenciado começa a sua vida laboral a ganhar 2700€... 2700€!! Eu que já ando nestas lides há já algumas primaveras, que supostamente ganhava bem por pertencer a uma empresa grande e que tenho formação superior, nem de perto (quanto mais de longe) chega à conta no final do mês 2700€...2700€.
Eu sei que em certas elites e substratos da capital é usual começaram por baixo... por 2700€...2700€... mas no país real não...
Por norma sou um tipo optimista e tento ver que qualquer adversidade poderia ser pior... Posso não ter como salário base 2700€ mas o puto anda num colégio privado... "Devo ser da classe média ainda", pensei eu, e fiquei aliviado... Todos os anos são 4400€ de propina a que se junta o preço dos livros que não são de borla... Lá se vão €4700... Podia ser pior...
Ainda me estava a refazer deste estilhaço na minha auto-estima quando vi a entrevista que o Ministro da Educação deu à Lusa... Então não é que o xôr ministro disse (sem se rir) que cada aluno representa um custo anual de 6200€ ????... Os alunos das escolas publicas ficam mais caros que os do privado...
Foi a machadada final na minha ténue esperança de ser da classe média pois mesmo que, com os meus impostos dê 500€ para o Ministério da Educação, mesmo assim fico com uma diferença de 1000€ (4700+500=5200-6200=1000).
Definitiva e oficialmente faço parte dos remediados deste país... E por isso indignei-me. Pode ser que ganhe alguma coisa com isso...
Mas podia ser pior...
Os tipos que têm os miúdos no Rosário ou no Efanor da Sonae pagam €5200 de propina anual e pensam que lá é que é bom... Não é... Todos gostamos do mais caro...
Amigos, os putos da C+S de Alguidar de Baixo custam 6200€...
Pumbas choninhas...
Lucília Monteiro
Ele há coisas que me conseguem tirar do sério.
(Sempre quis começar um texto com a expressão "ele há coisas...")
A injustiça é daquelas coisas que me faz mal ao estômago. Defeitos...
Hoje estava a passar os olhos pela imprensa digital e dei por mim inquieto...
Então não é que duas pessoas alegam não estarem bem a nível emocional e psicológico
e, como é óbvio, dizem que não querem participar no evento mais importante das suas
carreiras e, consequentemente, das suas vidas.
E aqui vai a injustiça: a primeira, por ser ginasta, recebe apoio e empatia; a segunda, um ex-banqueiro, é olhada de lado e com desconfiança...
Critérios...
Que rica (in)justiça...
Faleceu Otelo Saraiva de Carvalho. Um dos capitães de Abril.
Alguém que se algum dia chegasse ao poder seria apenas mais um ditador.
Paz à sua alminha.
Ah... Já cheira a férias!!!
Pelo menos a bola vai começar, o país já começou a ir a banhos, a diáspora vem cá ao burgo, o Tony Carreira já começou os concertos e a oposição fechou para balanço...
No debate do Estado da Nação entre o Governo e a bancada do PS vimos que a malta da oposição tem mais que fazer que pensar nisto que se diz país e está mais preocupada com as autárticas (com a excepção da Cecília Meireles...)
E pelos vistos o país está espectacular... E recomenda-se... O que de mal existe, já se sabe, é culpa do Passos que deve ser, para aí, o segundo governante da história de Portugal (antes dele foi o Afonso Henriques...).
Os "novos" DDT's (os socialistas) vieram trazer a luz ao obscurantismo que tolheu este jardim à beira mar encalhado...
Mas podíamos jogar ao "suponhamos"... E começa assim:
E agora deixemos-nos de imaginar... Isto aconteceu com um Governo de esquerda com o apoio das esquerdas...
Mas o importante são as coisinhas e a espuma dos dias... E a bola...
Será que a Ângela Merkel não quer vir para cá na reforma?
No sábado passado, a Inglaterra foi derrotada pela Itália, na final do pior Euro de sempre, da história dos Euros, em pleno Estádio de Wembley.
A D O R E I !!!
Adorei pelo facto de todos aqueles que morreram em Heysel Park, em 1985 numa final da antiguinha Taça dos Campeões Europeus, que opunha o Liverpool contra a Juventus. Nesse dia, adeptos ingleses invadiram o estádio levando a que centenas fugissem em pânico levando a que morressem 39 e mais de 600 ficassem feridos com gravidade. Aquelas imagens horríveis nunca mais me saíram da cabeça. Quando no dia da final no passado domingo, os bifes, do alto da sua cagança invadiram as imediações de Wembley e tentaram à força entrar no estádio, temeu-se o pior. Mas felizmente não passou de uma tentativa. Se calhar estão a precisar que a UEFA lhes relembre do que é um comportamento exemplar com mais uns aninhos fora das ligas europeias. Isto para não falar da falta de respeito que é assobiar e vaiar um hino de outro país (como fizeram contra a Alemanha). Essa sim uma ofensa do mais reles que pode haver.
Sempre gostei da cultura inglesa, do punk-rock, do brit com (o mais negro possível por favor), da pontualidade dos ditos, do fish and chips, das pints, dos cânticos nos estádios, do polite embora a soar a sarcasmo, and so on and so on…. Mas não gosto da presunção dos bifes, aliada à velha cultura hooligan do quero, posso e mando. Por isso é que no domingo torci pela Itália como se fosse a minha equipa. Foi giro ver adeptos, alguns dias antes da final, a fazerem tatuagens como a que se segue:
Ou a célebre frase Football is comming home, rapidamente apropriada pelos nossos irmãos mediterrânicos e transformada na bela Football is going Rome!
Ver a Inglaterra a perder é mais do que um hobby, é um estilo de vida. Que o diga o Ricardo quando em 2004 defendeu um penalti sem luvas e a seguir fez o check-in de volta a Londres a uma equipa onde jogavam Beckham, Rooney, Owen, os manos Neville and so on and so on…
Ver a Inglaterra a perder é uma das razões de respirar, é ver algo de bom num mundo cruel cheio de vigaristas, é como abrir a maior prenda debaixo da árvore de Natal quando éramos crianças, é como um abraço daquele que amámos, é tudo aquilo que alguma vez quiseste, é tudo aquilo que alguma vez precisaste.
Arrivederci you fucking lads…
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