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Análise do quotidiano, da nossa vida, dos nossos dias, da actualidade e afins... sem filtros e sem preconceitos. Um destes dias iremos ter receitas também...E frase do dia e essas coisas...
Felicidade é falar de quem nos rodeia com uma energia positiva, é falar do que nós gostamos de fazer, onde gostamos de estar e com quem gostamos de estar.
Esta fita do tempo é feita de pequenos momentos.
Recordo-me aqui de um belo momento de sol, na primavera do ano passado, na minha praia preferida. Estava a ouvir uma bela música e a levar com o sol no corpo e com a maresia na pele; sentia o sal nos lábios. Tudo isto depois de um almoço "em minha casa" com os meus pais. Lembro-me de pensar que estava a passar por um momento de felicidade. O que é que terei comigo para que um bocado de sal, uma música e um dia limpído me fazerem a felicidade?
A reunião do passado sábado- a maneira como os donos da casa nos receberam, a surpresa na cara de um amigo que tenho como meu irmão, a sua felicidade e o grupo. Um momento de felicidade.
Lembro-me muito de um saudoso tio da minha mulher, que era meu padrinho de casamento, uma pessoa extraordinária, que dizia muito: " Os momentos que tenho de maior felicidade, são a praticar o meu desporto favorito- pé debaixo da mesa" e a verdade é que tive a sorte de partilhar alguns destes com ele, muita vezes sem horas. Um jantar que me há-de ficar sempre na memória foi um em que depois de um dia de piscina, nos dirigimos rapidamente às próprias casas para um banho e depois de um "não janto" dirigido aos pais, me dirigi a casa dele para jantar, onde estavamos uns 9 ou 10. O jantar começou pelas 2100 e fomos "andando por aí fora". Eram 0400, não estou a brincar, quando saímos todos da mesa porque se tinham acabado os cigarros a alguém e precisavamos de ir comprar. A essa hora, onde fomos? A uma discoteca, onde entramos, compramos cigarros (o porteiro nem queria acreditar) e saímos, para depois ir comprar pão e bolas de berlim. Voltamos a casa. Um momento de felicidade.
Outro? Quando há uns tempos atrás reencontrei esse porteiro na minha cidade e depois de recordarmos os tempos em que trabalhamos juntos "na noite" , recordamos esse momento- felicidade suprema.
A música, bem tocada, a que gostamos, as vozes- que momentos bem passados a ouvir músicas que nos fazem sorrir, lacrimejar, arrepiar e... é felicidade.
Assim e dado que falamos de felicidade, hoje o Som Para Sempre... Ao Vivo, vem a dobrar. Uma banda dos anos 80 (uma das boas, raras) que deu um "unplugged" para a MTV em 2017, onde, para mim, atingiram o pico. A primeira música é uma conjugação de vozes extraordinária, a segunda serviu de banda sonora a um filme, duma série de filmes, que têm lugar para mim.
O que é que temos connosco para sermos felizes?
(Não, o tema deste post não é a vizinha do rés-do-chão que tem o hábito de passear o seu lulu e seus presentes fumegantes no passeio lá da rua enquanto late esganiçadamente...)
O Santo Graal é uma das lendas de maior relevância e intemporalidade da nossa história.
Provem da mitologia tradicional celta, pré-cristã, onde a lenda rezava que o caldeiro sagrado de Dagda transformava qualquer alimento naquilo que o seu detentor preferisse ou desejasse. Simbolizava, no fundo, a abundância física e espiritual.
Esta terá sido a lenda pagã que esteve na origem da lenda Cristã do Santo Graal, o cálice pelo qual Jesus Cristo bebeu vinho na Última Ceia, e que prometia a vida eterna àquele que o usasse, sendo o seu coração puro e isento de pecados. Todos nós vimos o Indiana Jones a fazer aquelas peripécias todas e conhecemos um bocadinho a lenda... (para os mais nerds há também aquele livro mainstreem sobre o Santo Graal= Sangue Real...)
Estava a pensar (num sitio que não posso dizer) sobre esta lenda e, qual terceiro segredo de Fátima, fez-se-me luz acerca deste tema do post: esta lenda ainda perdura nos nossos dias, num contexto sociológico que se começa a tornar um padrão comportamental tão inequívoco e incontornável: A Busca pela Suposta Felicidade!
Hoje não basta ser feliz... Há que ser totalmente feliz e a qualquer custo!
Hoje não se tem como objetivo ter coisas boas… Temos que nos rodear de muitas coisas mesmo que desnecessárias! O importante é ter muito...
Hoje não basta sermos nós próprios… Há que mostrar ao mundo que somos, seja lá o que quer que seja, mas que Somos carago! Temos que ser vistos...
Ontem, qual antropólogo encartado, fui fazer trabalho de campo junto à praia (o fato de estar bom tempo, temperatura agradável e sol foi mera coincidência...).
Pude, então, constatar uma multidão de "bolhas" isoladas umas das outras a pulular, que se tocam e amontoam sem nunca rebentar, sem nunca se imiscuírem no conteúdo da "bolha" do outro, sem nunca se replicarem em uníssono…
No fundo, todos a gritar “EU ESTOU AQUI!” e nem conseguem ouvir o grito da "bolha" do lado… E, à medida que o tempo passa, acontece um vazio que se instala na "bolha" de cada um… um zumbido insistente que escutamos no nosso subconsciente que não sabemos explicar, mas sabemos sentir… Esse zumbido é apenas a alma de cada um a gritar para se parar com a Busca da Suposta Felicidade… (foi profundo, não foi??)
A Busca pela Suposta Felicidade cega de tal forma que, só depois de se sentir esse vazio, esse zunido, se entende que a felicidade estava em tudo o que deixamos para trás, para nos lançarmos na busca da mesma. A felicidade está ao alcance de todos e manifesta-se em coisas simples como a partilha de um dia, uma cerveja com os amigos, uma bola de Berlim, uma conversa louca e livre, um concerto ou uma musica, as gargalhadas dos filhos, desejar um feliz aniversário às Conchitas desta vida ou simplesmente uma surpresa surpreendente do gang amizade nos momentos mais confinados da nossa vida.
É assim...
Segunda-feira, inicio de mais uma semana de trabalho... mais uma rumo à reforma! Era tão bom pensar isto nos idos tempos de Fevereiro...
Como dizia o Carlos "eramos felizes e não sabíamos...", mas isso é outra estória...
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