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Análise do quotidiano, da nossa vida, dos nossos dias, da actualidade e afins... sem filtros e sem preconceitos. Um destes dias iremos ter receitas também...E frase do dia e essas coisas...
RIP Shane
Quando fui convidado para entrar neste blog por aquele que é, sem dúvida, um dos meus melhores amigos (gosto de o tratar por irmão tal é a nossa amizade), corria o ano de 2020. Longe estaria de imaginar que a minha vida iria dar uma volta tão grande que, hoje, ao fim de 3 anos e após um interregno nos nossos textos, estaria aqui a escrever-lhe a agradecer todo o apoio e camaradagem que sempre me deu. Nem todas as palavras ditas e escritas seriam suficientes para tal.
No início de 2022 fui “presenteado” com um enorme murro no estômago. A pessoa com quem tinha partilhado os últimos 23 anos, de forma inesperada (ou não) decidiu partir em busca de algo diferente. Queria ser “livre”, queria “voar”. E assim foi. Boa viagem. Desde o primeiro minuto, o meu “irmão” esteve do meu lado. Não houve um dia que não me ligasse, nem que fosse para me ouvir a destilar sem dizer uma palavra. Mas palavras foram o que nunca lhe faltaram. Quando poucos meses depois, pois o Universo não dorme, fui presenteado com um reencontro improvável, ele estava lá também. Dizia que as pessoas que merecem têm, de uma forma de outra, aquilo por que sempre procuraram: o Amor.
Eis que, numa das nossas inúmeras conversas, ele me convence a ver uma série “do melhor que alguma vez podia ver”. Mais uma vez não defraudou as expectativas. Após algumas semanas de dúvidas lá embarquei na aventura de assistir a TED LASSO. A série produzida, realizada e interpretada por Jason Sudeikis conta a história de um treinador de futebol americano (chamar futebol a um desporto que se joga com as mãos é complicado) que é convidado para treinar uma equipa de futebol (o verdadeiro) em Inglaterra. Desenganem-se aqueles que pensam que a série é sobre futebol. É muito mais do que isso. É sobre pessoas e as suas diferenças, os seus medos, os seus problemas, aas suas idiossincrasias, a saúde mental, o saber perdoar e o Amor. Logo num dos primeiros episódios, após um passe falhado de um dos seus jogadores, Ted chama-o à parte e diz-lhe: “Sabes qual é o animal mais feliz do mundo? O peixinho-dourado. Sabes porquê? Porque tem somente 10 segundos de memória. Sê um peixinho dourado e esquece os erros”.
São os erros e as imperfeições que fazem de nós o que somos. Se o fizermos uma vez e aprendermos a ultrapassar, a perdoar e a não repetir seremos melhores versões do que somos actualmente. É assim que hoje vivo. A Amar intensamente aquela que é sem dúvida uma pessoa maravilhosa, uma mãe preocupada, uma amiga verdadeira, a namorada mais bonita do mundo. A saber perdoar quem comigo erra e a saber perdoar-me dos erros que cometo. A dar valor a pequenas coisas que juntas fazem desta única vida um caminho inigualável. Chegou o meu momento de te dizer “irmão”, be a goldfish…
P.S. – Quem quiser ver esta série terá de o fazer através da Apple Tv+, ou num dos inúmeros sites de pirataria que por aí pululam….
Foi notícia, a semana passada, o facto de o marido da ministra Ana Abrunhosa (só o nome já indica que tem queda para nos dar música) ter tido acesso a fundos europeus para uma empresa de quem é sócio. Nada de errado no paradigma político português, ainda para mais devido ao facto a própria ministra ser responsável pela pasta que tutela a atribuição de tais fundos.
Foi bonito de ver a comissão de inquérito parlamentar com a referida ministra. Ao bom estilo das ditadu…perdão, das maiorias parlamentares, a ministra quis apagar da acta (!) a questão colocada pelo deputado do partido Iniciativa Liberal (IL) Carlos Guimarães Pinto sobre se o marido da ministra devolvia os milhões atribuídos ou se a própria ministra se demitia.
Após um pedido de desculpas por parte do partido que manda nisto tudo, ao deputado da IL, a ministra soltou uma lagrimazinha e disse que “à noite cada um faz contas com a sua almofada”. Eu sou mais de ressonar e de me babar um pouco com as minhas almofadas, mas cada um sabe de si.
Não obstante, a senhora ministra escreveu um artigo de opinião no qual refere não haver nenhuma ilegalidade na atribuição de tais fundos. Correcto senhora ministra, correcto. Mas que é imoral para xuxu lá isso é e o que melhor poderia fazer era pegar nas suas coisinhas e dar a vez a outro que os fundos europeus estão a arrefecer….
Fazendo uma busca rápida sobre a empresa do marido da senhora, de nome Thermalvet, descobrimos que o projecto que foi colocado à apreciação para atribuição de fundos europeus foi o seguinte:
Água das pedras para jecos. Parece redutor mão parece?
A esta ministra e todas/os as/os outras/os que a antecederam e que virão, convém dizer o seguinte: a ética pública deve ser discutida e não calada, nem apagada das actas.
O ser humano é mentiroso por natureza, ponto. Claro que, como em tudo na vida, há uns mais do que outros. Não, não venho aqui falar dos mestres da mentira, os políticos. Venho falar dos outros, nós. Sim nós pois eu também sou um ser humano e não sou nem mais nem menos que qualquer dos que está a “botar as vistinhas” neste texto.
Claro que nenhum de nós gosta de se achar mentiroso, nem coisa que se pareça. Muito menos gosta que nos chamem de mentirosos. Podíamos estar aqui a dissecar que há mentiras e mentiras. Há aquelas que servem para proteger, há outras tão pequenas que pensamos não terem mal nenhum, há as escabrosas, e depois há as doentias.
Conheço algumas pessoas que ao longo dos anos sempre primaram pela sinceridade e honestidade. No entanto, há uma velha máxima que se foi apagando na minha memória: nunca confies plenamente em ninguém. Anos a fio esqueci-me, gradualmente, dessa verdade. Irónico, não é?
A mentira faz sofrer. A mentira dói. A mentira faz-nos sentir traídos, qual Júlio César no dia da sua morte, às mãos daqueles em quem mais confiava. A mentira faz-nos sentir deprimidos, ansiosos, revoltados, magoados, com sede de vingança, prontos para espancar a primeira pessoa que nos apareça à frente….
Nada disso. Há mentiras que vêm por bem. Há mentiras que nos fazem crescer, conhecer novas pessoas em quem confiar, ver o mundo de uma forma mais assertiva, sentir uma confiança que cresce a cada dia, ter mais apetite, rir, correr, fazer exercício, ter vontade de sair com os amigos, beber uns copos, dançar e principalmente voltar a AMAR!
Sabem aquelas pessoas que, por muito que procurem, não têm defeitos? Pelo menos daqueles defeitos que nos fazem levar a nunca mais as querermos por perto pois tornam-se tóxicas? A minha amiga Conchita (aka Anabela Reis) é uma das raras pessoas que conheço que é assim. A nossa amizade começou há mais de 20 anos, um pouco menos de metade da minha vida, já a dela seguia em fase cruzeiro. Mãe de um casal fantástico (outra coisa não poderia deixar de ser com uma mãe assim), a Conchita sempre primou pela honestidade, simpatia e frontalidade, quer no trabalho (local onde a conheci), quer na vida pessoal (o melhor dos sítios para conviver com ela). Dona de uns olhos azuis "penetrantes" e de expressões que fazem as delícias de quem com ela convive, a Conchita também nos brinda com delícias gastronómicas, capazes de comer e chorar por mais. Quem não gosta de um ou sete cachitos ou de uma ou cinco fatias de pão de jamon? Por mim era todos os dias...
Mas o que mais admiro nesta amiga é este adjectivo. A amizade!
É um verdadeiro poço sem fundo, capaz de guardar a sete chaves qualquer conversa que tenhamos. Devido à sua experiência, nos mais diversos campos, é definitivamente aquela com quem me procuro aconselhar sobre todo o tipo de problemas. As longas conversas que tivemos durante estes anos, dos quais muito me orgulho e agradeço por tão grande amizade, são como um bálsamo para a alma.
"Rambóia" é com ela, ou não tivesse uma costela (ou coluna) carnavalesca. Aguenta pouco as caipirinhas, ficando logo com vontade de rebolar no sofá mais próximo e com um nariz parecido com o do Rudolfo (a rena). Fala um pouco alto com os clientes, principalmente com aqueles que não falam a mesma língua (vá-se lá perceber porquê). Assusta-se facilmente e se caso for berra que nem uma Madalena.
Mas acima de tudo é das melhores que conheço em todo o Universo e quiçá no mundo!
Parabéns e um bem haja minha querida AMIGA!
Ele sem ela nada era
Ela sem ele era o mundo
Sentados na praia a admirar o sol
As ondas a bater morriam levemente
Assim como o amor dos dois
Seria sempre assim
Até ao final dos tempos
Afinal o amor também morre
Como as ondas ao bater na areia
Para ele ela era tudo
Para ela ele já o foi
Nem o calor do sol a entrar na pele
Aquela mesmo que ele adorava percorrer
Traria um alento ao coração
Na dúvida de que voltaria a ter
Aquele amor que já foi seu
Ele sem ela nada seria
Ela sem ele tudo teria
A alegria o encanto a beleza
Que o tempo reclamou
Os anos passaram
E ali ficaram os dois
Naquela praia a mirar o horizonte
Na esperança que as ondas trouxessem
Aquele amor que o tempo levou...
Relato-vos uma pequena história de um episódio de uma das minhas séries preferidas, Seinfeld, temporada 6, episódio 12 (A máquina de rotulagem).
Alugures a meio desse episódio, Cosmo Kramer e o carteiro Newman, seguem no metro a jogar o Risco, um famoso jogo de tabuleiro em que duas potências se defrontam pela conquista do mundo:
Kramer (K) – “Para de engonhar, Joga lá.”
Newman (N) – “Não consigo pensar. É por causa deste barulho todo.”
K – “Ou será porque construí uma fortaleza à volta da Grnelândia, corri contigo da Europa Ocidental e deixei-te à beira do extermínio absoluto?”
N – “Ainda não estou vencido. Ainda tenho torpas na Ucrânia. Sim a Ucrânia.”
De repente surge no ecrã um homem de gorro soviético a olhar por cima dos ombros para tão inusitada cena…
K – “Sabes o que é a Ucrânia? Um alvo fácil. É uma bosta, Newman. A Ucrânia é fraca. É frágil. Acho que chegou a altura de atacar a Ucrânia.”
Ucraniano (U) – “Venho da Ucrânia. Você não dizer que a Ucrânia ser fraca.”
K – “Isto é um jogo, amigo.”
U – “A Ucrânia é um jogo para vocês?”
E de repente enerva-se e dá um soco no tabuleiro mandando todas as peças pelo ar…
Esta é a raça deste povo, um povo que não desiste e que sempre lutará pela liberdade!
Estamos juntos!
Quantos de nós não passaram já por um estado depressivo-melancólico desde Março de 2020? Se a Covid veio matar muita gente, a depressão ainda mais.
Hoje, enquanto lia os pasquins, verifico que foi assinado um protocolo entre o IPDJ e a Cruz Vermelha, para o acesso facilitado de atletas e treinadores de alta competição a psicólogos e estruturas no apoio à saúde mental. O campeão mundial de surf vai "parar por uns tempos para cuidar da saúde mental", um lutador de MMA, Pierre Ludet, suicidou-se. O grande Ilicic (jogador da Atalanta), está practicamente acabado para o futebol devido à depressão.
Como diz o treinador da equipa italiana "a nossa mente é uma selva". Nada mais verdadeiro.
Tristes aqueles que gozam com a depressão não a considerando uma "doença séria". Pessoalmente e felizmente nunca cheguei a esse estado clínico. Tenho pessoas próximas que sofrem de forma crónica há várias dezenas de anos.
Basta um clique, um desgosto, uma rejeição ou por vezes uma palavra para despoletar em nós um estado de melancolia e tristeza tais que não imaginávamos ser possível.
É nesses momentos em que os amigos e a família são fundamentais. São eles as bóias que nos impedem de ir ao fundo.
Feliz de quem lá esteve (na selva) e conseguiu sair. Esses sim são os verdadeiros "Tarzans"...
No dia 13, em prime time, tivemos o confronto final, o derradeiro tira-teimas, o mano-a-mano, o debate final...
No fundo tivemos o debate da praxe entre o candidato do PS e o outro candidato do PS mas intitulado com aqueles clichés que a comunicação social caseira tanto gosta...Um conjunto de banalidades e boutades ditas em função da eleição que se avizinha...
Eu sei que muitos dirão que se trata do futuro do país e que deveria prestar atenção ao debate mas infelizmente, para mim, trata-se apenas de um conjunto de lugares comuns e argumentos demagógicos para alimentar a imagem de que o futuro da nação se discute... Erro pois a verdadeira negociação é feita nas sedes partidárias e nos escritórios de certos advogados...
Será que têm uma estratégia para o país que não seja em beneficio próprio ou dos seus correligionários em vez do beneficio comum? Será que têm uma visão global sobre todo o território e não apenas pelas "bolhas" urbanas de Lisboa e Porto? Será que conhecem as dificuldades do cidadão comum? Disseram alguma coisa decente e construtiva no debate? Não sei por que não vi, não vi as repetições nem os comentários ao jogo.
Decidi ver uma reportagem televisiva, à hora da contenda política, sobre um senhor que vive sozinho numa aldeia de Boticas desde 2007. Sim 2007, há cerca de 15 anos.
© Leonel de Castro/Global Imagens
O caso pessoal do Sr José tornou-se publico graças a uma reportagem do DN "A aldeia de um homem só".
Depois as redes sociais fizeram chegar a informação ao clube do coração do sr José e a partir daí tudo se desenrolou para que este fosse ver um jogo ao Dragão... (curiosamente a onda das redes sociais começou com um adepto de um clube rival...).
Na reportagem assinada pelo (grande) Ricardo Amorim são despejados nos nossos olhos uma catadupa de problemas sociais que deveriam ser prioridades políticas: a desertificação do interior, o envelhecimento demográfico, os serviços sociais de proximidade, os serviços de utilidade publica etc. Que banho de realidade... E o poder local a fazer das tripas coração para acudir os seus concidadãos... E a comunicação social local que deve ser apoiada...
Depois da reportagem pensei: "os meus impostos devem ser aplicados nestes casos..." Demagogia? Eu sei que sim, mas se os outros podem eu também posso...
O link da reportagem (sem clubites apenas serviço público...): https://portocanal.sapo.pt/um_video/lwgSSr46IQ58cYWOAh8f
A amizade já não é o que era.
Nos nossos dias, e como consequência das redes sociais, ser amigo já não significa ser amigo. Somos amigos por um clique, por uma foto, por um gosto. E por isto e mais alguma coisa somos "desamigados".
Estes "amigos" empurram-nos as suas vidas pelos ecrans sempre felizes e plastificadas. Quando era miúdo, estes "amigos" eram chamados de "conhecidos". Uma pessoa conhecia outra de vista, pela sua aparência ou frequência de algum lugar. Se achássemos alguma coisa em comum, aí partia-se para a amizade, geralmente duradoura.
Hoje é tudo muito mais fugaz, mais artificial e mais falso... São os chamados "amigos da onça" ou "amigos de Peniche" (ide lá ver ao dr Google o porquê...).
Se ainda persistem os jurássicos "amigos do alheio", já os "amigos coloridos" é uma denominação nova para um conceito antigo e mais não digo...
Eu, depois da pandemia, descobri que não tenho amigos. Tenho uma família que não é de sangue mas de coração...
Esses desgraçados, para além de me aturarem, são uns irmãos que me amparam, me inspiram e me ensinam a ser uma pessoa melhor.
Quando estamos todos juntos o tempo pára, as horas voam e as conversas fluem. Já para não falar das mirabolantes histórias que passam pela mesa: desde a infância da Rosa e sua irmã, ás aventuras do Pantanas e do Afogapitos... e tudo sempre com uma alegria contagiante. E depois existem aqueles que estão sempre a pensar em comer e a fazer os outros beber... água.
Que melhor definição de amigos do que esta?
E, claro, quando algum de nós está a passar um momento menos bom, lá estamos todos... porque é nestes momentos que conhecemos os verdadeiros... (Bem, o Sócrates também tem um amigo porreiro, pá...)
A única coisa boa do vírus foi ter-me dado esta visão tão límpida dos Meus...
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